Compartilhar meus conhecimentos em língua portuguesa configura-se como uma prática que transcende a mera transferência de conteúdos linguísticos ou normativos: trata-se de um exercício de responsabilidade intelectual, ética e estética com a linguagem, entendida não apenas como um sistema de signos, mas como instrumento de construção de sentidos, mediação de realidades e afirmação de identidades c...
Compartilhar meus conhecimentos em língua portuguesa configura-se como uma prática que transcende a mera transferência de conteúdos linguísticos ou normativos: trata-se de um exercício de responsabilidade intelectual, ética e estética com a linguagem, entendida não apenas como um sistema de signos, mas como instrumento de construção de sentidos, mediação de realidades e afirmação de identidades culturais e sociais. Nesse contexto, a palavra — em sua densidade semântica e potência comunicativa — é concebida como espaço de criação, crítica e transformação.
Ao rememorar figuras como Machado de Assis, que consagrou a língua portuguesa como expressão máxima da arte literária e da sutileza estilística, ou José Saramago, que demonstrou o caráter transgressor e emancipatório da linguagem, assumo o compromisso de promover um ensino que considere o idioma em sua complexidade histórica, cultural e ideológica. O ensino da língua portuguesa, assim concebido, não se limita à instrução gramatical normativa, mas amplia-se para abarcar o desenvolvimento da competência discursiva, da escuta crítica e da expressão autoral.
A proposta pedagógica que sustento parte do pressuposto de que o domínio da linguagem é condição essencial para o exercício da cidadania, para o acesso ao conhecimento e para a participação plena em diferentes esferas da vida social. Por isso, o ensino da língua deve ser orientado por princípios que valorizem a interação verbal, a análise crítica dos usos da linguagem em contextos diversos, e o estímulo à reflexão metalinguística, sem desconsiderar os aspectos formais e estruturais do idioma.
Nesse sentido, a prática docente visa proporcionar aos aprendizes experiências significativas de uso da língua, promovendo um ambiente de aprendizagem que favoreça o desenvolvimento gradual e contínuo das competências linguísticas e comunicativas — leitura, escuta, fala e escrita — de modo articulado e contextualizado. Espera-se, com isso, que os alunos se sintam cada vez mais autônomos e confiantes ao utilizar o português em diferentes situações comunicativas, sejam elas cotidianas, acadêmicas ou profissionais.
Além de aprimorar a capacidade de interpretar textos de maior densidade lexical e sintática, os alunos serão incentivados a ampliar seu repertório vocabular, a reconhecer a diversidade de registros e gêneros discursivos, e a refletir sobre os processos de construção do sentido nas práticas sociais de linguagem. Ao mesmo tempo, pretende-se estimular o interesse pela cultura lusófona em sua multiplicidade de vozes, tradições e manifestações artísticas.
A metodologia adotada será pautada por abordagens comunicativas e sociointeracionistas, integrando atividades que promovam a prática constante da língua em contextos reais e simulados. Serão priorizadas estratégias que favoreçam a aprendizagem ativa, colaborativa e reflexiva, com ênfase na resolução de problemas comunicacionais, na produção textual significativa e na escuta qualificada.
Assim, este projeto de ensino busca tornar a aprendizagem da língua portuguesa não apenas mais eficiente e acessível, mas também mais relevante, prazerosa e transformadora. A língua, neste cenário, deixa de ser apenas objeto de estudo e se torna meio e fim do processo educativo: um espaço de encontro, construção coletiva de conhecimento e expressão da subjetividade.
Convido, portanto, cada aluno a trilhar esse percurso de forma engajada, consciente e crítica. Que possamos, juntos, explorar as possibilidades infinitas da linguagem — com dinamismo, profundidade e entusiasmo.
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