Sempre vi na música uma chance de viver o mundo que eu sempre quis, e sentir todas as emoções e alegrias com aqueles sons que transportam ao além. Desde criancinha, eu adorava brincar de apertar uma nota qualquer do meu pianinho de brinquedo e dizer qual era. Nossa, como isso era divertido! E essa paixão que veio de berço só aumentou ao longo dos anos!

Eu sou graduada em Composição e Regência pela UNESP (Universidade Estadual Paulista), que foi reconhecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) como sendo a melhor universidade de música do Brasil. Foi bastante desafiador entrar lá, mas a minha dedicação me permitiu ingressar na faculdade dos meus sonhos.

Quando eu estava no 5º ano, eu recebi uma bolsa de estudos da minha universidade para ser a maestrina do Coro Comunitário, o que me deu visibilidade para ser também maestrina do SENAC Vila Prudente. Esta foi a minha primeira oportunidade para entrar e influenciar no mundo da música. Meu objetivo maior era fazer com que o coro se sentisse autoconfiante e orgulhoso em participar do meu projeto. Eu me alegro em dizer que os coristas sempre reconheceram todo o meu esforço e eles ficavam muito agradecidos.

Estar nos níveis mais altos de uma carreira sempre me deixou empolgada, então comecei a aprender técnica vocal para poder ensinar os coristas. Esse processo do estudo vocal me animou de tal maneira que eu escolhi ouvir minha voz interior: eu deveria ser cantora!

Desde o princípio, eu almejava desenvolver minha voz artística e aumentar minhas habilidades técnicas e cênicas. Para mim, ser uma boa cantora de ópera também significa ser uma boa atriz. Por isso, além de lições de canto, comecei a tomar aulas de atuação. Eu cantei no Musical Chicago, no qual interpretei a personagem Annie, que aparece no Cell Block Tango. Eu percebi então que eu era capaz de memorizar uma peça inteira, e que eu poderia dançar também.

Eu também participei da peça Romeu e Julieta, uma ópera rock. Assumi dois grandes papéis ao mesmo tempo: Mercuccio e a Ama. Percebi um grande aprimoramento graças à excelente troca de experiências com meus colegas. Senti-me estimulada a contribuir com eles. Desenvolvi a habilidade de entender quem são os personagens, como eles pensam e agem, como encontrar o subtexto e a relação deles com os outros personagens. Descobri que uma atmosfera amigável permite que os artistas sejam naturais e criativos. Então, esse ótimo trabalho chega ao público!

Em seguida, eu atuei na minha primeira ópera clássica no Brasil. Eu interpretei a Terceira Dama na ópera A Flauta Mágica, de Mozart. Lá, descobri como equilibrar a técnica vocal com o estudo cênico que eu vinha desenvolvendo. Foi magnífico poder trocar experiência de atuação com meus colegas. Com isso, fizemos apresentações tão coesas e divertidas, com tanta harmonia, que fomos convidados a cantar no SESC Santo André – apenas as damas e a Rainha da Flauta Mágica. E sim, eu sinto muito orgulho de tudo isso!

Mais tarde, eu cantei no Dorset Opera Festival, no Reino Unido, e uma das minhas grandes alegrias no festival foi conhecer o David Rendall, um famoso tenor britânico que cantou no aniversário da Rainha Elizabeth II. Era maravilhoso poder apreciar aquela voz adorável, e a maneira como ele sentia o personagem dele. E eu estava lá, atuando ao seu lado! A verdade sobre o seu personagem estava em seus olhos! Aqui no Brasil, eu costumava ouvir vozes maravilhosas, mas essa era a primeira vez que eu estava impressionada sobre a atuação de um cantor! Foi fantástico!

Esta minha estadia na Europa me fez perceber que eu poderia compartilhar com muitas pessoas as minhas experiências, tanto de técnica vocal como cênica, e poder iluminar muitas pessoas a atingir os seus sonhos, assim como eu fiz!

“Nosso medo mais profundo não é o de sermos inadequados.
Nosso medo mais profundo é o de sermos poderosos.
É nossa luz e não nossa escuridão que mais assusta.
Nós nos perguntamos quem sou eu para ser brilhante,
Atraente, talentoso, fabuloso?
Na verdade, quem é você para não ser?
Você é a criação do Espírito.
Você, pretendendo ser pequeno não serve ao mundo.
Não tem nada de iluminado no ato de se encolher para que
Os outros não se sintam inseguros ao seu redor.
E à medida que deixamos nossa luz brilhar, damos a permissão para os outros fazerem o mesmo.
À medida que nos libertamos de nosso medo, nossa presença libera do medo todas as outras pessoas”
Nelson Mandela